Aline Santos
Original
abortamento espontâneo e provocado: ansiedade, depressão e culpa
Gláucia Rosana Guerra Benute*1, Roseli Mieko Yamamoto Nomura2, Pedro Paulo Pereira3, Mara Cristina Souza de Lucia4, Marcelo Zugaib5
Trabalho elaborado pela Divisão de Psicologia e Divisão de Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP
*Correspondência:
Rua Amália de Noronha, 276
Cep 05410-010- Pinheiros
São Paulo - SP
Resumo
Objetivos. caracterizar a população que sofreu abortamento; investigar a existência de ansiedade e depressão; verificar se existe ou não sentimento de culpa após o abortamento e comparar os resultados entre mulheres que sofreram abortamento espontâneo e as que provocaram-no.
Métodos. 50 mulheres com abortamento espontâneo e 50 com provocado foram entrevistadas 30 dias após o abortamento. Foi realizada entrevista com questões abertas e fechadas e aplicada a escala
Hospital Anxiety and depression.
Resultados. As mulheres que viveram o abortamento espontâneo encontram-se mais culpadas
(30%) que as que provocaram-no (18%). No entanto, as mulheres que provocaram o abortamento encontraram-se mais ansiosas (média de 11) e mais deprimidas (média de 8,3) que as mulheres que viveram abortamento espontâneo (médias de 8,7 e 6,1; respectivamente, p0,05) entre as médias de idade das mulheres que provocaram o abortamento e das que tiveram abortamento espontâneo (27,7 anos para abortamento espontâneo e 27,0 anos para o provocado); e entre a escolaridade e a religião das mulheres que provocaram e que tiveram abortamento espontâneo.
No que se refere ao estado conjugal, foi encontrada diferença estatisticamente significante