Alienação moral
Sobre isso, Sartre afirmou que não podemos viver com morais alienantes, fora da história. A ética deve ser entendida como ação no mundo, sob o contingenciamento da história - história e ética se confundem. A alienação moral procura fazer com que a ação do passado seja repetida no presente; o que é bom é a cópia do que foi bom, ignorando as transformações que a história de cada um e das sociedades imputa a todos. Não podemos dizer, sem pensar, que o que era errado há 100 anos continuará sendo errado, que não deve haver mudanças.
Tanto quanto o organismo precisa de alimento, água e ar, nós, seres humanos, precisamos de ética. Sua falta pode significar a morte ou uma falsa vida, falsa individualidade e pseudoexistência. Sem ética, sem pensar no outro como revelador de nós mesmos, nós não passamos de pássaros que não têm asas. Sem agir em benefício dos outros, ainda que pensemos, teríamos as asas, mas mesmo assim não voaríamos.
Cabe, portanto, no presente, a preocupação de como devemos agir em relação ao outro. As mudanças de nosso tempo exigem uma reflexão a respeito de nossa convivência ética, com os desafios do mundo atual, para a construção da solidariedade entre os seres humanos.
Cabe a cada um de nós assumirmos a reflexão pura e sermos autênticos na perspectiva da solidariedade. Devemos nos reconciliar conosco e assumir a ação ética no mundo, mesmo que não tenhamos apoio: as atitudes antiéticas dos outros nos revelarão éticos.
Portanto, sermos éticos é assumirmos a responsabilidade com o outro, com aquele que não somos. Com base nisso, teremos a autenticidade da nossa própria vida e