ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SISTEMA DE PAGAMENTOS EM PORTUGAL
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SISTEMA DE PAGAMENTOS EM PORTUGALJ. Dias Lopes
Em números recentes da Inforbanca foram publicados diversos artigos onde se abordava, directa ou indirectamente, a questão do sistema de pagamentos, refira-se em particular o artigo do Sr. Peter Jones publicado na edição anterior da revista.
Possivelmente o desenvolvimento da SEPA (Single Euro Payments Area-Área Única de Pagamentos na Europa) é uma das razões para o redobrado interesse pelo tema dos pagamentos. Não é assim de estranhar que se assinalem diversas iniciativas de análise e debate do assunto, quer ocorridas no passado (por exemplo, os diversos seminários já realizados pelo IFB) quer agendadas para proximamente (por exemplo, a conferência a realizar em Novembro, organizada pelo Banco da Noruega).
Porém, o interesse pelo tema tem-se manifestado para além do simples nível do debate. Também ao nível, mais profundo, do estudo e da investigação a questão dos pagamentos teve, no passado recente, desenvolvimentos importantes, alguns deles citados, aliás, no já referido artigo de P. Jones.
Para além da situação conjuntural associada à SEPA, o interesse pelos sistemas de pagamentos justificar-se-ia sempre por duas outras ordens de razões:
Porque os pagamentos e os sistemas que os suportam são infraestruturais em termos económicos e sociais. Uma evidente prova disso é o desenvolvimento de modos de pagamento específicos – Paypal, Mbnet – e as alterações nos modos mais tradicionais – vide cartão de crédito – que o advento do comércio electrónico trouxe, isto é, uma nova realidade social (Internet), que permitiu o estabelecimento de uma nova plataforma de negócios (comércio electrónico) exigiu um conjunto de novas respostas ao nível dos sistemas de pagamentos;
Porque os sistemas de pagamentos por si só são frequentemente deficitários, gerando receitas inferiores aos custos. Este deficit significa que à função pagamentos têm de ser alocados recursos libertos por outras actividades.