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O filme vê de perto o drama individual de pessoas à margem até mesmo de nossa visão periférica. E de longe nos revela uma paisagem de barreiras quase (sim, quase) intransponíveis entre classes sociais e, MAISagudo, entre a assistência e o paternalismo. E esse debate, por si só, vale todo o filme, dirigido a seis mãos por Lucy WALKER, João Jardim e Karen Harley. Walker, vale lembrar, foi citada pelo jornal inglês The GUARDIAN como uma das 10 revelações mais importantes do atual cinema britânico.
Após uma breve introdução ao trabalho de Vik Muniz, suas origens e a CONSTANTE preocupação social do artista, o filme embarca na viagem dele em se criar uma série de trabalhos tomando como base a imagem de catadores de lixo. À medida em que a ideia vai sendo maturada em sua cabeça, o vemos dando seus primeiros passos naquele ambiente inóspito do aterro sanitário, onde o termo condições de trabalho torna-se luxo com significado descartável. O choque inicial de realidade com aquele cenário de abutres, lixo e gente é, de certa forma, o choque do espectador. Quando então é chegado o momento de adentrar um pouco mais na ideia das obras e nas pessoas que farão parte dela, o documentário torna-se peça fundamental para a própria obra do artista.
Temos então um claro projeto em cena: Vik fotografa as pessoas, que são escolhidas não apenas por suas IMAGENS, mas particularmente por