alfabetizaçao e letramento : caminhos e descaminhos
Qual a concepção do processo de ensino e aprendizagem?
Muitas vezes adotam-se recursos tecnológicos com a visão de que por si só serão capazes de intervir e auxiliar os processos educacionais, mas a forma como entendemos estes processos e as visões pedagógicas subjacentes são as primeiras grandes influências que se fazem sentir.
Segundo Moreira, Costa e Oliveira (2001), são três as principais concepções de aprendizagem que norteiam a prática pedagógica da tecnologia educacional, apresentadas a seguir:
Concepção empirista
Segundo esta corrente, o processo ensino-aprendizagem caracteriza-se pela ação determinante dos estímulos selecionados pelo professor, que escolhe conteúdos didáticos e instrumentos com vista à aquisição de conhecimentos pelo aluno. O aluno é passivo e considerado como uma tabula rasa – ou “disquete virgem”, para usar uma metáfora moderna – onde serão depositados os conteúdos. Paulo Freire (1970) chamou a este processo de “educação bancária”, pois estava baseado em “depósitos” de conhecimento que eram realizados no “banco” do aluno. O conhecimento, nesta concepção, é atomístico e não relacional.
Concepção racionalista
Segundo a concepção racionalista, o processo de aprendizagem é regulado pelo amadurecimento orgânico das estruturas racionais, pré-formadas no aluno. Este amadurecimento paulatino é que confere significado aos objetos de aprendizagem, num processo autônomo que não necessita de mediação, contrapondo-se às teorias empiristas baseadas em estímulos e aferição das respostas.
Os pesquisadores das escolas da Gestalt acreditavam que o processo de amadurecimento das estruturas concede ao aluno sucessivos insights que lhe permitirão entender os processos e fenômenos no meio social.
Segundo esta visão, o uso de ferramentas tecnológicas é absolutamente acessório, sendo apenas consideradas para a mensuração dos estágios de desenvolvimento cognitivo – como