Alberto Caeiro - Características
Apresenta-se como um simples guardador de rebanhos, que contacta constantemente com a Natureza. É o poeta do que é espontâneo. Vê a constante renovação da Natureza e está de acordo com ela, pelo que deambular pelo campo é contemplar o mundo e estar atento à eterna novidade deste.
Vê a realidade de forma objetiva e natural, repreendendo qualquer tipo de pensamento filosófico. De facto, não há necessidade de explicações porque o Universo não pode ser explicado, só pode existir.Quem não entendeu um objeto do mundo, nunca o poderá entender porque tal não pode ser explicado. É considerado como um poeta anti metafísico porque pensar é estar doente dos olhos e pensar não é compreender. Insiste ainda na aprendizagem de desaprender, isto é, na necessidade de aprender a não pensar, para se libertar de todos os modelos ideológicos, culturais, etc. e poder ver a realidade como ela é. A infância adquire uma posição importante na sua poesia, sendo sinónimo de pureza, inocência e simplicidade, dado que a criança não pensa, conhece pelos sentidos.
Deste modo, a aquisição do conhecimento (do real objetivo) realiza-se através das sensações (não intelectualizadas). É sensacionista. Só lhe interessa o que capta pelas sensações, principalmente pelo olhar, pelo que cada coisa é o que é. O sentido das coisas reduz-se à perceção da cor, da forma e da existência destas.
Visto isto, o poeta nunca foge para o sonho ou para a recordação, porque fugir para o sonho é fugir da realidade e recordar é pensar. Por este motivo, vive no presente, sem pensar nos arrependimentos do