aintubs
1376 palavras
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CAPITULO 1 A madrugada corria alta quando Felícia despertou sentindo as gotas do suor frio que desciam pelo seu rosto. Olhou ao redor apreensiva, como que temendo alguma visão aterradora, e virou o rosto para o outro lado. O marido continuava adormecido, dando mostras de nada haver percebido sobre a agitação da esposa. Com profundo suspiro, Felícia se levantou. Tivera um pesadelo medonho, algo sobre uma criança despencando num poço. Uma estranha sensação a sufocava, como se algo ou alguém a estivesse alertando de que o filho corria perigo. Assustada, correu ao seu quarto e abriu a porta. O menino dormia um sono profundo e tranqüilo, e ela se aproximou. Sentou-se a seu lado na cama de meia grade e permaneceu estudando o seu rosto. Tiago era um menino muito bonito, com seus cabelos castanho-claros e seus olhinhos negros. Pousou-lhe um beijo suave na testa e se levantou para sair. Da porta, ainda deu uma última olhada para sua caminha, certificando-se de que ele estava bem. Apesar do estranho pressentimento de há pouco, Felícia encostou a porta do quarto do filho e voltou para a cama, tentando se convencer de que tudo não passara de um sonho idiota. Olhou para o relógio na mesinha: faltavam quinze minutos para as quatro, em breve, teria que se levantar e começar a trabalhar. Era o dia do quinto aniversário de Tiago, e ela iria lhe preparar uma bonita festa. Pensando na alegria do filho ao ver a festa, acabou adormecendo novamente, já esquecida do misterioso sonho. Na manhã de sábado, Artur acordou assim que Felícia colocou os pés para fora da cama e cumprimentou-a com jovialidade: — Bom dia, querida. Dormiu bem? — Muito bem — respondeu ela, beijando-o de leve nos lábios. — E você? — Hum, hum... — Preciso me apressar. Ainda há muito que fazer. Tenho que telefonar para a moça do bolo, ver se os salgadinhos e o cachorro-quente já estão prontos... Ah! E também preciso enrolar os docinhos, encher as bolas... Artur deu um sorriso maroto e puxou-a com ternura,