Agua
O nível nos reservatórios do Sistema Cantareira continua sofrendo quedas consecutivas, chegando hoje (14) a 18,2% da sua capacidade de armazenamento, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Todo o volume útil do sistema foi consumido e resta agora apenas o volume morto – reserva técnica, que era de 18,5%. A Sabesp garante o abastecimento até meados de março do próximo ano, mas já está adotando medidas diversas para racionalizar o consumo de água.
Há um ano, o Sistema Cantareira trabalhava com 55,2% da sua capacidade total, contando apenas com o volume útil.
Outro manancial paulista, o Sistema Alto Tietê, também registra queda significativa – o nível dos reservatórios está em 23,6% hoje, enquanto a capacidade era 63,4% há um ano. Em março, a Sabesp anunciou a redução da captação do Cantareira e a complementação dele por meio de outros sistemas, incluindo o Alto Tietê.
O Cantareira, além de abastecer 9 milhões de habitantes na grande São Paulo, atende a 5 milhões de pessoas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Segundo o Consórcio Intermunicipal PCJ, que representa essas cidades, a situação crítica é claramente observada em rios como o Piracicaba. Enquanto a vazão normal desse rio para esta época do ano é, em média, 40 metros cúbicos por segundo, a vazão registrada hoje foi 9,6 metros cúbicos por segundo.
Estudo elaborado pela Universidade de Campinas (Unicamp), com financiamento do consórcio, mostra que o volume do Cantareira pode secar totalmente em menos de 100 dias. O professor Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos Hídricos da universidade, responsável pela pesquisa, acompanhou a situação dos reservatórios do sistema e alerta para a possibilidade de atraso no início do período de chuvas este ano.
“Não se pode garantir que as chuvas