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A trama se passa no subúrbio de Recife, e os personagens são ricos em características desse lugar por serem desprezados, esquecidos, pelas condições em que vivem. Há uma violência semelhante no filme, as cores, os contrastes do lugar, a disposição do ambiente físico de forma a fazer com que o espectador sinta as sensações fisiológicas do lugar. Sensações essas de asco, de estranhamento com as imagens e com os personagens. Surgi assim uma aproximação crua de quem assiste com o que é mostrado. O diretor soube usar a seu favor uma linguagem meio documental, para parecer real aquele “povo”, aquele cotidiano. Através dos cenários e espaços físicos o espectador pode se situar no ambiente em que é inserida a obra, no subúrbio pernambucano.
Todos os personagens possuem uma relação ainda que tênue uns com os outros. O desenrolar da trama está encadeado às ações de cada um, formando assim uma espécie de teia. Os personagens são uma dona de bar “Ligia”, um homem com problemas psicológicos, que sente prazer ao atirar em pessoas já mortas “Isaac”, um açougueiro que trai sua mulher, mas que a considera boa por ela ser evangélica fervorosa , a mulher do açougueiro “Kika”, um homossexual apaixonado por Wellington “Dunga”, um dono de Hotel barato “Bianô”, e um padre que eu não recordo o nome. Eles não interagem entre si diretamente no filme, mas suas ações influenciam na vida do outro. São várias estórias costuradas pelo lado animalesco que eles possuem, onde prevalece o instinto sobre a racionalidade. ”O ser humano é estômago e sexo”, essa frase dita pelo padre no longa revela as necessidades que cada personagem tem de se satisfazer com alguma coisa,sem a preocupação de questionar esses desejos como sendo certos ou errados. Esse julgamento de valor acaba ficando a critério do espectador que é induzido a ter opiniões através do que sente ao ver as cenas do filme. O filme tem duração de uma hora e quarenta minutos. E minha sequência