Agricultura sustentável
* AGRICULTURA INDUSTRIAL: MODELO NÃO-SUSTENTÁVEL
A agricultura mundial está numa encruzilhada. A economia global impõe demandas conflitantes sobre os 1.500 milhões de hectares cultivados. Não apenas se exige que a terra agricultável produza alimento suficiente para uma população em crescimento, como também que forneça biocombustíveis, e que o faça de modo ambientalmente correto, preservando a biodiversidade, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa e ao mesmo tempo garantindo aos agricultores uma atividade economicamente viável.
Essas pressões desencadeiam uma crise no sistema de produção de alimento em escala planetária sem precedentes: a crise já se manifesta nos protestos contra a escassez de alimentos em muitos países da Ásia e da África. Afinal, 33 deles estão à mercê da instabilidade social devido à carência e ao preço dos alimentos. Tal crise, que ameaça a segurança alimentar de milhões de indivíduos, resulta diretamente de um modelo de agricultura industrial, não só depende perigosamente dos hidrocarbonetos como também se converteu numa das maiores forças entrópicas da biosfera. As crescentes pressões sobre a área agrícola em retração estão solapando a capacidade de a natureza suprir as demandas de alimentos, de fibras e de energia para a humanidade. E o impasse decorre do fato de o contingente humano depender dos serviços ecológicos (ciclos de água, agentes polinizadores, solos férteis, clima local benevolente etc.) que a agricultura intensiva continuamente empurra para além de seus limites.
Antes mesmo do final da primeira década do século 21, a humanidade conscientizase de que o modelo industrial capitalista de agricultura dependente do petróleo já não é capaz de garantir o suprimento