Ageu e joel: dois profetas ajudando a rever a nossa vida em comunidade
Os Profetas Ageu e Joel, dois Profetas Menores, assim chamados pelo tamanho dos seus livros, não são muito conhecidos e divulgados.
Ambos foram escritos após a volta dos desterrados da Babilônia. Ageu, por volta de 520 aC. Joel, apesar das dificuldades de datação, é situado em torno de 400 aC. Um fato que possibilita colocar os dois Profetas neste período da história de Israel é a relação positiva de ambos com o Templo de Jerusalém. Os Profetas pré-exílicos tinham, ao contrário dos dois, uma postura crítica em relação ao Templo. Trata-se aqui, do Segundo Templo de Jerusalém, já que aquele construído por Salomão havia sido destruído pelos babilônios.
Ageu (“Aquele que nasce em dia de festa”) tem como objetivo animar a comunidade judaica na reconstrução do Templo. A união ao redor desse projeto deveria ajudar a comunidade a se organizar e a restaurar o trono de Davi, independente da opressão persa. Sua profecia baseia-se em duas razões, utilizadas para convencer seus concidadãos. A primeira, de caráter negativo: Ageu considerava a seca que assolava o país como castigo de Deus, pelo fato do templo ainda se encontrar em ruínas, dentro do esquema da teologia da retribuição. A segunda, de caráter bem positivo: a partir das tradições do Êxodo, a certeza de que Deus “está junto”.
Joel (IHWH é Deus) apresenta ao povo a necessidade permanente de conversão ao projeto de Deus, com uma conversão no coração e não apenas nas aparências, uma confiança na misericórdia de Deus, uma efusão do espírito, que acaba com todas as discriminações e um protesto contra a dominação dos impérios. A profecia de Joel é colocada na origem do Movimento apocalíptico e já notamos, em sua leitura, figuras e símbolos que apontam para uma realidade a ser re(des)velada.
Ler os dois profetas num contexto de crise institucional pode ajudar-nos a deixar a Palavra de Deus iluminar a vida de nossas comunidades num projeto de