Agente penitenciario
O Primo das Selvas
Patrocinada com uma verba de 25 milhões de dólares do governo americano, uma equipe de 67 pessoas de várias nacionalidades dedicou os últimos anos a uma tarefa complexa: analisar e decifrar o código genético do chimpanzé, o parente mais próximo do ser humano na árvore evolucionária. O resultado, divulgado na semana passada, representa um importante passo para responder a uma das questões cruciais da biologia: o que nos faz humanos? Depois de mapeado, o DNA do chimpanzé foi comparado, gene por gene, com o genoma humano. A conclusão foi que as duas espécies compartilham 96% de seu código genético. Como boa parcela dos 4% restantes se encontra em partes do genoma aparentemente sem função, os cientistas acreditam que a diferença se concentra em apenas 1% do material genético – uma diferença dez vezes maior que a existente entre dois seres humanos.
Ainda não é possível dizer com exatidão a missão de cada um desses genes. Mas a comparação entre os dois genomas permite avançar na direção desse conhecimento. Pela lógica, os genes que aparecem apenas no homem podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro, e pelo menos um já identificado parece ter importância crucial no desenvolvimento da linguagem. De acordo com os estudos, as principais distinções entre as duas espécies devem ser atribuídas não tanto aos genes propriamente ditos, mas à forma e ao ritmo com que atuam. Por exemplo, as células do cérebro humano dividem-se muitas vezes mais que as do chimpanzé durante o desenvolvimento fetal. O resultado é que o homem adulto tem um cérebro três vezes maior que o do chimpanzé.
O chimpanzé é o quarto mamífero a ter o genoma decifrado, depois do homem, do camundongo e do rato
(diferença de 10% em relação ao homem). “O desafio é decifrar agora o que significam as semelhanças e as diferenças entre os códigos genéticos do chimpanzé e do homem em termos de características