africa e brasil africano
Desde os tempos mais antigos alguns homens escravizaram outros homens, que não eram vistos como seus semelhantes, mas sim como inimigos ou inferiores. As maiores fontes de escravos sempre foram às guerras, com os prisioneiros sendo postos a trabalhar ou sendo vendidos pelos vencedores. Mas um homem podia perder seus direitos de membro da sociedade por outros motivos, como condenação por transgressões e crimes cometidos, impossibilidade de pagar dívidas, ou mesmo de sobreviver independentemente por falta de recursos. Pelo menos assim era na África, onde acontecia de pessoas se entregarem como escravos a quem pudesse salvar a si e à sua família da morte por falta de alimento, caso a seca ou os gafanhotos tivessem arruinado toda a colheita.
Se considerarmos a escravidão como uma situação na qual a pessoa não pode transitar livremente nem pode escolher o que vai fazer, tendo, pelo contrário, de fazer o que manda seu senhor; situação na qual a pessoa pode ser castigada fisicamente e vendida caso seu senhor assim ache necessário; situação na qual o escravo não é visto como membro completo da sociedade em que vive, mas como ser inferior e sem direitos, então a escravidão existiu em muitas sociedades africanas bem antes de os europeus começarem a traficar escravos pelo oceano Atlântico.
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Do século XVII ao XIX a Costa da Mina, ou golfo de Benin, foi uma das principais regiões fornecedoras de escravos para os mercadores atlânticos. Ali, algumas cidades-estado, muitas delas controladas pelos reinos do Daomé e de Oió, eram as bases nas quais se davam as trocas entre comerciantes africanos e europeus, cada um interessado nas mercadorias que o outro oferecia. Fortalezas eram construídas com o consentimento de chefes locais, cujas filhas muitas vezes se tornavam mulheres de comerciantes e administradores, que assim faziam alianças e conseguiam privilégios de comércio.
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Para o Brasil, vieram africanos principalmente da chamada costa