Contexto do aeroporto de Beja Com mais de três décadas, o «processo» Aeroporto de Beja tem sido marcado por incertezas e controvérsias. Ao longo desse período, o projeto encontrou-se em vários momentos suspenso devido a questões de natureza política. Mesmo numa fase em que se ultima a sua inauguração, o aeroporto ainda não gera consenso sobre as suas potenciais funções no quadro aeroportuário nacional, atendendo à natureza das dinâmicas económicas da região. Em termos históricos, este aeroporto resulta do aproveitamento para fins comerciais da Base Aérea N.º 11 (BA11) da Força Aérea Portuguesa. O nascimento da Base Militar remonta aos anos 60, no âmbito de acordos bilaterais entre o Estado Português e a República Federal da Alemanha (RFA), com vista a proporcionar facilidades de treino operacional à Força Aérea da RFA. A localização na região beneficiou de um conjunto de factores determinantes na navegação aérea, como as condições meteorológicas e de visibilidade, um espaço aéreo descongestionado, a inexistência de obstáculos naturais e a distância face a aglomerados urbanos. À margem da componente militar, desde os anos 80 que se idealizou um projecto de cariz civil para a Base, com forte vocação de carga, a fim de apoiar as actividades agrícola e agro-industrial da região. Em certa medida, esta ideia segue o que se verificou em vários países europeus, em que após o fim da «Guerra Fria», assistiu-se a um processo de reconversão de bases aéreas para utilização conjunta ou mesma apenas comercial. Em 1992, com a saída da Força Aérea Alemã, e consequente transferência da Base para o controlo nacional, equacionou-se novamente o aproveitamento para fins civis da infra-estrutura. Após alguns anos de indefinição, em 1998, o Governo nomeia o 1.º Grupo de Trabalho Intersectorial, que marcou o arranque do projecto do aeroporto. Em 1999, foi nomeado o 2º Grupo de Trabalho, que antecedeu a criação em 2001 da EDAB - Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de