Adolescencia
Um dos períodos mais delicados na vida do ser humano é, sem dúvida, a adolescência. É nessa fase que surgem as grandes dúvidas com relação ao corpo, à carreira, ao futuro, à sexualidade e, por isso, pais, familiares e educadores devem estar muito próximos dos adolescentes, para ouvir seus questionamentos e ajudá-los a encontrar respostas para suas angústias.
Os médicos também podem ser grandes aliados nesse período, especialmente os hebiatras. O termo Hebiatria é uma referência a Hebe, a deusa grega da juventude, filha de Zeus e Hera. Embora tenha sido criada em 1974 no Brasil, mais precisamente na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a especialidade ainda é desconhecida pela maioria da população.
Nesta entrevista, o hebiatra Maurício de Souza Lima explica a importância do diálogo, dos limites e da presença dos adultos nessa importante fase.
Embora a especialização em Hebiatria exista desde 1998, poucos a conhecem. Por quê?
É verdade. No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, por exemplo, a especialidade existe desde 1974, mas poucas pessoas sabem disso. Acho que isso ocorre porque as famílias acabam levando seus filhos aos pediatras para fazer o acompanhamento de vacinas, peso, altura e doenças da infância e, na adolescência, acabam ficando com o mesmo médico.
Mas, ao chegar aos 9 ou 10 anos, a própria criança muitas vezes não quer mais ir ao pediatra. Além disso, os pediatras às vezes têm aquela linguagem infantil que o pré-adolescente ou adolescente acha que é ‘mico’. Outras vezes, o pediatra não está atento às questões próprias da adolescência, o que para mim é o principal, ainda mais hoje em dia que temos tudo tão precocemente. Vale lembrar que todo hebiatra é, antes de tudo, um pediatra: faz dois anos de pediatria e depois dois anos de adolescência.
Quando começa a adolescência?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a partir dos 10 anos começa a adolescência, que segue até os 20 anos. Mas o que observamos