Adolescencia e Violencia
“conhecendo,articulando,integrando e multiplicando.”
“Tem se esquecido das características do coração humano. Quando falta amor, entenda-se: comida, trabalho, saúde, sentimento de valorização do indivíduo, confiança, surge no inconsciente o ódio e intensificam-se os sentimentos de desamparo. Os mecanismos de defesa se amplificam e tornam-se rígidos. Emergem sentimentos: de indiferença, destruição da auto-estima, ódio pelo desprezo no qual se vive.”
Violência brasileira entre crescimento da igualdade e fragilidade institucional.
A democracia é um processo dinâmico e os indicadores de um crescimento da igualdade modificam-se a cada momento. Sempre que isso ocorre, o risco de violência cresce e esse risco só pode ser controlado se houver novas instituições capazes de dar resposta aos novos problemas que daí derivam, arbitrando de forma adequada sobre os conflitos inter-individuais emergentes.
O fato de se viver em um país caracterizado por níveis muito altos de risco urbano é em si mesmo um elemento multiplicador da violência. A violência não é apenas um fator de risco; ela se explica também como resposta ao risco em condições definidas pela ausência de ordem pública.
A democracia projetou a sociedade brasileira na experiência mais contemporânea de que se tem notícia, a experiência do individualismo de massa, mas não conseguiu proporcionar aos brasileiros bases coletivas mínimas de proteção da vida. Nessa sociedade onde o risco constitui portanto um elemento crucial da vida urbana,a relação com o risco adquire um sentido social geral enquanto técnica de individuação.
A violência é como a inflação: ela pode ser debelada, desde que haja vontade política e mobilização dos meios adequados para isso. A luta contra a violência tem sido objeto de iniciativas pontuais da sociedade civil, de indivíduos isolados ou de grupos de ação comunitária, ou ainda de grupos de pesquisadores.