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A partir de agora, você vai conhecer ou rever outro elemento importante na organização dos sistemas políticos contemporâneos: a globalização. Não se tem intenção de fazer uma reconstituição do debate em torno desse conceito, e sim mostrar como a globalização constitui importante elemento na configuração do mundo contemporâneo.
Vamos começar afirmando que não existe explicação consensual para o fenômeno, de modo que Held e McGrew (2001) identificam duas grandes linhas de argumentação: de um lado, os que a consideram um fenômeno histórico real e significativo – os globalistas –, de outro, aqueles que a concebem como uma construção primordialmente ideológica ou mítica, de valor explicativo marginal – os céticos. Para os autores, mesmo sendo um dualismo grosseiro, já que destaca duas interpretações conflitantes entre diversas teses e opiniões, a diferenciação é válida se utilizada como tipo ideal.
Os céticos têm como ponto de partida a seguinte questão:
“O que é global na globalização?” Para eles, se o global não puder ser interpretado literalmente como fenômeno universal, faltaria então uma especificidade clara para o conceito de globalização. Para eles, na inexistência de referenciais geográficos claros, fica impossível distinguir o que é regional de o que seria realmente global.
Held e McGrew (2001), ao analisar o conceito, sustentam que os céticos tentam encontrar uma prova conclusiva da tese da globalização. Na maioria dos casos, constroem um modelo abstrato sobre o que seria a economia global ou a cultura global e comparam-no com a realidade. Outros procuram avaliar até que ponto as tendências contemporâneas se comparam com o que diversos historiadores afirmaram ter sido “a belle époque da globalização, a saber, o período de 1890 a 1914” (HELD; MCGREW, 2001, p.15). Nesse aspecto, a análise dos céticos decididamente descarta o valor descritivo ou explicativo desse conceito. Em vez de globalização, os céticos concluem que uma conceituação mais