Administração
Ter, 26 de Junho de 2012 08:34
Ao detalhar ontem o plano de investimentos de US$ 236,5 bilhões da Petrobras, a presidente da companhia, Graça Foster, apontou que a estatal vinha divulgando metas que sistematicamente descumpria, convivia com falta de planejamento, controles insuficientes e ineficiência operacional. As antigas projeções de produção, consideradas irrealistas pelo mercado e, agora, assumidas pela nova administração, indicou a presidente, contavam com a sorte para serem atingidas.
"Não é possível considerar milagres na hora que tem demanda forte mundialmente e também dentro do Brasil", disse a presidente da Petrobras ao apresentar todas as metas de produção não cumpridas desde 2003.
Graça Foster, que assumiu a diretoria de Gás e Energia em setembro de 2007, usou seu estilo franco ao responder perguntas de jornalistas e analistas ao apontar o que considerou como ineficiências da empresa. Um analista curioso para saber se as novas metas de produção - que reduzem em até 1 milhão de barris a produção em determinado mês de 2017 - traziam conforto, recebeu a seguinte resposta da presidente: "Aqui, ninguém trabalha com conforto de absolutamente nada. Conforto é uma palavra proibida entre nós. Nós trabalhamos sobre total desconforto. Aqui é desconforto 365 dias por ano para atender a demanda de todos os senhores e senhoras".
O discurso ouvido ontem indicou que a companhia costumava adquirir antecipadamente equipamentos de projetos ainda não aprovados em todas as fases. Foi o que Graça deu a entender quando se referiu a diversos projetos da empresa, incluindo refinarias. Procurado, o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, secretário de Planejamento da Bahia, disse ao Valor que não ouviu a apresentação de Graça porque estava em uma celebração da independência do Estado e, por isso, não iria comentar.
A nova presidente da Petrobras