Administração
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como parece mais prov á vel
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é uma conseq üê ncia necess á ria das faculdades de raciocinar e falar. De qualquer maneira, essa propens ã o encontra-se em todos os homens, n ã o se encontrando em nenhuma outra ra ç a de animais, que n ã o pa- recem conhecer nem essa nem qualquer outra esp é cie de contratos.
Por vezes, tem-se a impress ã o de que dois galgos, ao irem ao encal ç o de uma lebre, parecem agir de comum acordo. Cada um a faz voltar-se para seu companheiro, ou procura intercept á -la quando seu compa- nheiro a faz voltar-se para ele. Mas isso n ã o é efeito de algum contrato, sen ã o da concorr ê ncia casual de seus desejos acerca do mesmo objeto naquele momento espec í fico. Ningu é m jamais viu um cachorro fazer uma troca justa e deliberada de um osso por outro, com um segundo cachorro. Ningu é m jamais viu um animal dando a entender a outro, atrav é s de gestos ou gritos naturais: isto é meu, isto é teu, estou disposto a trocar isto por aquilo. Quando um animal deseja obter alguma coisa, de uma pessoa ou de outro animal, n ã o disp õ e de outro meio de per- suas ã o a n ã o ser conseguir o favor daqueles de quem necessita ajuda.
Um filhote acaricia e lisonjeia sua m ã e, e um spaniel faz um sem n ú mero de mesuras e demonstra çõ es para atrair a aten çã o de seu dono que est á jantando, quando deseja receber comida.
À
s vezes o homem usa o mesmo estratagema com seus semelhantes, e quando n ã o tem
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outro recurso para induzi-los a atenderem a seus desejos, tenta por todos os meios servis atingir este objetivo. Todavia, n ã o ter á tempo para fazer isso em todas as