administraçao e mercado de trabalho

A desnutrição é o melhor indicador de pobreza. Tal como as outras dimensões de saúde precária, a desnutrição está concentrada entre as populações mais miseráveis, normalmente não alcançadas por políticas definidas em termos de médias populacionais.2
Por isso, o objetivo das políticas de combate à desnutrição deve ser especificamente dirigido às camadas mais pobres da população.
A desnutrição está associada à pobreza. Na população de baixa renda encontra-se a quase totalidade das crianças desnutridas. Quando foi tomada a média nacional da desnutrição, em 1989, o Brasil encontrava-se com 15% dos menores de 5 anos com baixa estatura. O último dado nacional mostra que este índice alcança 10,5% (1996), mas quando tomados os 20% mais pobres esse percentual sobe para 23%, que é mais alto do que em países africanos como o Egito.
O crescimento acelerado das populações urbanas, associado à desigualdade na distribuição de renda, levou ao aumento da pobreza no Brasil de 1960 a 2001. Esta situação trouxe conseqüências sociais, nutricionais, ambientais e de saúde. Cresceu o número de pessoas que vivem em favelas e cortiços, sem acesso a infra-estrutura básica - como água potável, esgoto e energia elétrica - e outros bens básicos que lhes permitam uma existência produtiva e saudável.
No Brasil, a diferença de renda média entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos é 33 vezes. Numericamente, isso pode ser traduzido de outras formas: 1% da população, a parcela mais rica, detém a mesma quantidade de recursos que os 50% mais pobres. Outro modo de ver esse problema é tomando como base os 10% mais ricos. Juntos, eles concentram metade da renda nacional.
O índice de Gini, que mede a concentração de renda numa escala de 0 a 1, mostrou uma melhora muita pequena de 1992 a 1999: caiu de 0,571 para 0,567 no período. Com este valor, o Brasil apresenta o terceiro maior índice de desigualdade na distribuição de riqueza do mundo, ganhando apenas de Malavi e África do Sul. Segundo