Administrador
URGÊNCIA URGENTÍSSIMA OU CONTO DE FADAS?
Comecemos com um fato histórico. Somos um país que cometeu heresias como a reserva de informática, que impediu de maneira absurda que boa parte de nossas empresas importasse equipamentos de ponta e que criou protecionismos que só nos levaram a décadas de retrocesso. Por outro lado – e talvez mesmo pelos fatos citados – a grande preocupação de nossos empresários era a de aplicar em uma ciranda financeira que lhes proporcionasse o retorno desejado, apoiados em uma escandalosa espiral inflacionária.
Fatos provocados no curto (felizmente) governo Color de Mello, porém, começaram a mudar tais paradigmas. A criação de um Código de Defesa do Consumidor, a instalação de um Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade e o início da abertura dos portos às importações provocaram, em muitos empresários, uma posição de certo desdém, como se tais fatos não se constituíssem uma séria ameaça aos seus negócios. Foi um engano fatal.
Talvez a confiança daqueles empresários se baseasse na continuação do jogo financeiro. Talvez se calcasse na crença de que, neste país, nada é muito sério e essas leis não vão pegar. Ou talvez achassem que seus produtos eram bastante bons e que o povo brasileiro não era tão exigente assim. No entanto, o Brasil e seu povo mudaram. E para muito melhor.
Apesar disso, nossos empresários não mudaram tanto assim, apesar de decorridos dezessete anos da estabilização da moeda. É certo que alguns gestores perceberam o tamanho do problema e buscaram soluções sérias e viáveis para a sobrevivência ou crescimento de suas organizações. A maioria, porém, não teve tal preocupação. E essa falta de cuidado levou-os a adotar procedimentos mágicos, como se gerir uma empresa exigisse cuidados como administrar suas próprias casas. Assim, cortaram custos, muitas vezes de maneira perversa (como a demissão indiscriminada, causada apenas pela necessidade de reduzir a folha salarial) ou