Administrador / Pedagogo
Primeiramente vale ressaltar que nenhuma forma/técnica de educação é neutra, ou seja, esta diretamente relacionada com a sociedade, normas, cultura, valores e tempo histórico no qual está inserida. Em suma a proposta capitalista para a educação se consiste em preparar o homem para atuar dentro do contexto capitalista e a proposta marxista tem em sua gênese um sentido de superação deste capitalismo. Dessa forma, percebemos que as duas formas são antagônicas e possuem objetivos completamente divergentes.
Dentro da proposta capitalista temos o direcionamento da educação para questões que vão “fortalece” esse sistema, deixando evidente uma forma de treinamento que tem finalidades práticas que terão utilidade aos diversos setores da sociedade (seja público ou privado), ou seja, focado na especialização, contando ainda com “pitadas” de competitividade e um desleixo com o desenvolvimento mais amplo do ser humano. Podemos ainda citar a diferenciação nas formas de ensino entre as diferentes classes sociais que esse tipo de sistema provoca. Isso tudo gera indivíduos mais racionais, focados no individualismo e com capacidades reduzidas (tanto intelectuais, quanto habilidades tecnológicas e de produção, perpassando a criatividade e capacidade de análise crítica).
Tendo em vista que para Marx o trabalho ocupa uma posição de destaque, nada mais lógico a proposta marxista de educação englobar o trabalho. É somente através do ensino intelectual, educação física e aprendizado tecnológico (aqui entra o trabalho e este ensino deve ser entendido de forma mais ampla a embarcar conhecimento científico de diversos processos de produção vinculado ao aprendizado prático de métodos de produção) que será possível substituir o indivíduo parcial por um indivíduo integralmente desenvolvido, ou seja, somente rompendo com a separação entre trabalho intelectual e manual é que o ser humano não seria mais um mero fragmento que repete sempre