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Agência Estado
Publicação: 05/09/2014 09:20 Atualização: 05/09/2014 16:35
Ameaçada pela deflação e pelo baixo crescimento econômico, a Europa vai adotar uma política monetária expansionista. A decisão foi anunciada na quinta-feira, 04, em Frankfurt, pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.
A instituição, guardiã da zona do euro, vai lançar um programa de recompra de dívidas privadas com o objetivo de apoiar o mercado de crédito e estimular a atividade econômica. Além disso a taxa básica de juros da instituição foi reduzida a 0,05%, a mais baixa da história.
As medidas foram anunciadas em uma esperada entrevista coletiva realizada na sede do BCE. A primeira informação foi a queda da taxa, rebaixada pela sexta vez desde 2012. Em junho, quando da última deliberação, o índice era de 0,15%.
O objetivo direto da queda nos juros é enfrentar a baixa inflação, que em julho foi de 0,4% e em agosto de 0,3%, longe do centro da meta, de 2%. Trata-se do 11º mês consecutivo abaixo de 1% e do índice mais reduzido desde outubro de 2009.
Sobre o tema, Draghi reconheceu as adversidades. "Será muito difícil atingir o objetivo de uma inflação próxima de 2% sobre a base da política monetária. É preciso crescimento, políticas fiscais, é preciso reformas estruturais antes de mais nada", pregou a autoridade monetária, em uma declaração interpretada na Europa como uma crítica indireta ao excesso de austeridade fiscal. "A política monetária sozinha não pode fazer a inflação voltar a subir", justificou.
Mas a medida mais impactante anunciada pelo BCE foi a decisão de passar "instrumentos não convencionais" para combater o risco de deflação e debelar a estagnação econômica da zona do euro.
Entre as ações previstas estão planos para compra de bônus cobertos e títulos amparados em ativos - os asset-backed securities, ou ABS. Compõem esses títulos empréstimos corporativos, hipotecas,