Adeus, meninos
Este é um filme que foi escrito, dirigido e produzido por Louis Malle. O filme retrata o ocorrido no colégio interno Sainte-Croix, entre o inverno de 1943-44, período no qual a França enfrentava grandes dificuldades devido à 2ª Guerra Mundial e a presença da Gestapo. O diretor do filme é guiado pelas lembranças de sua própria infância e cria um ambiente envolvente sobre o período histórico abordado.
O personagem Julien Quentin, filho de uma rica família do norte da França convive num colégio para meninos, dirigido por padres. Suas aulas parecem sem novidades até que o padre Jean, diretor da instituição, aceita quatro novos alunos. Um deles, Jean Bonnet, que é da mesma idade e turma que Julien. Este fica intrigado com Bonnet, pelo fato dele ser um menino muito inteligente e introspectivo e ficar marginalizado pelo resto da classe. Depois de um tempo, eles se aproximam e criam um vínculo muito próximo de amizade. Mas, uma noite, Julien descobre que Bonnet veste um solidéu (pequeno barrete usado na cabeça por motivos religiosos. Seu nome provém do latim soli Deo, "somente para Deus"), e reza em língua hebraica.
Algo que chamou muito minha atenção no filme foi o senso crítico do menino. Diferente dos outros garotos, ele se preocupa com a questão da morte como sendo algo que coloca o homem no fim de sua existência e mais ainda de sua memória, forma de pensar muito diferente de antigamente, pois nem sempre foi assim. Ele questiona alguns colegas da seguinte maneira durante uma aula de exercícios: “Vocês já pensaram que nunca mais teremos este dia de novo em nossas vidas?”
Este questionamento é peculiar. O personagem adere a uma linha de pensamento historiográfico, pois está apresentando certa preocupação com a ação do homem no tempo e espaço, a mesma preocupação seguida pela Escola dos Annales em colocar os indivíduos não documentados como importantes agentes da história. É algo que se vive uma vez, e o único modo a se transportar a ele é através da