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Conversas com Fernando Savater a partir do livro Política para meu filho.

Fernando Savater é um filósofo espanhol (do País Basco) autor de diversos livros entre os quais se destacam o tema da ética. De leitura agradável, aprofunda conhecimentos, sem ser enfadonho.
Em “Política para meu filho”, o autor trata, basicamente, do fenômeno do poder e o que isso tem a ver com a vida de cada um de nós, tentando despertar seu filho Amador, sob a forma de cartas ou de uma conversa escrita, para a importância deste tema já que ele, como muitos de nós, demonstrou uma certa antipatia para as “coisas da política”.
O objetivo deste texto é construir uma ponte entre a política e a Teoria da Constituição, partindo de um resumo das idéias de Savater. Já que Constituição são as normas jurídicas sobre o mundo político (“o estatuto jurídico do político”) está é uma excelente estratégia para pôr a Constituição em seu contexto adequado: as complexas, conflituosas e nem sempre perceptíveis relações de poder.
A pergunta-chave inicial é: qual a diferença fundamental entre a atitude ética e a política?
As duas seriam formas de considerar o que as pessoas vão fazer ou devem fazer, mas a ética é sobretudo uma perspectiva pessoal que cada individuo toma atendendo somente ao que é melhor para seu “bem viver” em um momento determinado, sem esperar convencer todos os demais de que nada.
“Na ética, pode-se dizer que o que vale é estar de acordo consigo mesmo e ter a coragem inteligente de agir consequentemente, aqui e agora, não valem adiamentos quando se trata do que nos convém agora...”
A atitude política busca o acordo com os outros, a coordenação, a organização entre muitos sobre o que afeta a muitos. Quando se pensa moralmente só se precisa convencer a si mesmo, ao passo que em política é imprescindível que eu convença ou me deixe convencer por outros.
“Os efeitos da ação moral, que só dependem de mim estão, como se diz, sempre à minha mão... Já em política devo contar com a