AD2 TeoriadaHistoria
1130 palavras
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A dor dos tempos modernosO objeto de estudo para o desenvolvimento deste texto é a relação entre o tempo e a modernidade. O conteúdo presente em cada obra disponibilizada pela disciplina opera uma inevitável reflexão acerca da nossa própria existência diante de um mundo cada vez mais acelerado e com valores muitas vezes distorcidos ou subjugados por um ideal capitalista. A psicanalista Maria Rita Kehl desenvolve a sua palestra com um mergulho no processo depressivo da humanidade como consequência da relação entre a nossa vivência temporal e a perda do valor da experiência. Para isso a autora começa discorrendo sobre a conceituação de tempo para o ser humano, expondo a base do modelo de Freud, onde o psíquico é um resultado de um vazio e a necessidade de preenchimento. Na vida prática é a forma como o homem faz do tempo um percurso, ou seja, como faz do cotidiano uma relação entre seus vazios – medos, angústias, temores etc – com a perspectiva imaginativa de superação. Em seguida a abordagem é social do tempo com um pequeno resumo histórico, focando então no mundo capitalista moderno. Para as sociedades capitalistas, o tempo ganhou aspecto imperativo na relação entre ele mesmo e o dinheiro, retirando do homem o seu controle consciente. Por não se tratar de um resumo, é importante compreender que é a partir dessa base que a autora desenvolve seu conteúdo com foco no resultado dessa aceleração temporal e o nosso desencontro com o preenchimento dos vazios em meio a tanto desenvolvimento tecnológico e conceitual, pois fomos moldados a viver em função de uma expectativa de futuro e não absorvemos a infinidade de aspectos físicos e emocionais que nos cercam. O que há de se observar aqui é que em um mundo onde o dia é preenchido por tantos acontecimentos moldados pela alta velocidade, a reflexão e absorção acerca desses acontecimentos é praticamente nula e nos transforma em objetos inertes dentro de nós mesmos. Em meio a esse turbilhão de informações desvalorizadas