Acústica
Prof. Dr. Ricardo Marques de azevedo La belle antiquité fût toujours vénérable; Mais je ne crus jamais qu’elle fût adorable, Je vois les anciens, sans plier les genoux; Ils sont grands, il est vrai, mais hommes comme nous; Et l’on peut comparer, sains crainte d’être injuste, Le Siècle de Louis au beau Siècle d’Auguste... CHARLES PERRAULT — PARALLÈLE DES ANCIENS ET DES MODERNES Ainda em finais do século XVI, Michel de Montaigne ensaia a precariedade das superstições do senso comum crédulo e a fatuidade das bazófias da erudição prolixa. René Descartes, mais tarde, meditando, hiperboliza a dúvida —malin génie— paraafinal afirmar o conhecimento que a ela subsista. Especula-se então um fundamento inquebrantável que, resistindo ao solapamento do ceticismo, alicerce sistema pelo qual se sustenham, com ordem e medida, certezas. A fonte e as fronteiras da autoridade, assim como da verdade, são questões focadas no século XVII. Na França do absolutismo, a luz da autoridade é reflexa da do Rei Sol que, segundo sua estratégia para as Artes —dirigida por Jean-Baptiste Colbert—, instaura Academias Reais. À primeira delas, Francesa, fundada em 1635, foi-lhe atribuído o escopode, coibindo a proliferação dialetal, estabelecer —regulamentando-o e o uniformizando—, o francês (léxico e sintaxe) como idioma nacional, requisito para a centralização administrativa e a unificação dos códigos do direito e das normas da tributação. Em 1648 é criada a Academia de Pintura e Escultura: estabelecida por mercê da Munificência do Soberano, a Instituição, por delegação de autoridade, institui. A instituição acadêmica, por um lado, consolidando para o artista seu estatuto de liberal, sancionava sua condição de liberdade e dignidade e, por outro, ao decretar a rigidez dos parâmetros (regras) de sua Arte, também pretendia