acordo ortografico
MARIA RITA VIANNA
1ª questão (Acordo Ortográfico) O ideal de estandardizar a língua portuguesa, teve como inspiração inicial a obra literária de Luís de Camões – Os Lusíadas – assim de maneira voluntária, de maneira aclamativa, tributo ao poder de expressão e riqueza léxica e sintática d’Os Lusíadas, fato sucedido historicamente no princípio do século XX, ação encabeçada, como óbvio, por Portugal, quem espalhou por meio de conquistas sua língua em todos os continentes. Data de 1931 seu Formulário Ortográfico, regulamentado no Brasil na forma de Vocabulário Ortográfico, em 1943, seguido de um primeiro “Acordo”, em 1945, no entanto não seguido em território nacional, algo que não ”pegou” (Padre Antônio Vieira deve, segundo relato, ter tido de degustar uma jabuticaba assim in terra brasilis, já que os indígenas mostravam-se muito dóceis e receptivos ao cristianismo, contudo ao “virar as costas” voltavam a seus ritos e crenças sem qualquer pudor)¹ Outros movimentos de integração ocorreram nos anos 70, culminando num Acordo Ortográfico formal em 1990, compartilhado também pelas outras nações lusófonas, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, e posteriormente, após sua independência em 2004, pelo Timor Leste. Reflexo das dificuldades naturais de readaptação da língua, também tal acordo só encontrou regulamentação no Brasil em 2009, tendo sido estabelecido dois períodos de transição para sua “exigibilidade legal”, a primeira estabelecendo o ano de 2012 e nova prorrogação para 2016. Sua composição é relativamente sucinta, dispondo de 21 Bases Ortográficas, das quais se fixam diretrizes a se seguir até chegar aos pormenores, as prescrições gráficas individuais, vinculadas às regras gerais. É sabido que a imposição de uma língua – realizada, no caso, a partir das navegações a partir do século XV - é signo de exercício de poder, de dominação. Isso considerado, não é demais se avançar à conclusão de que um