Acidentes de trabalho em indústrias automobilisticas

Esta investigação foi conduzida entre 1354 trabalhadores em turnos das seções de prensas pesadas de 3 indústrias automobilísticas localizadas na área da Grande São Paulo. Foi realizado um estudo retrospectivo, durante 24 meses, e registrada a ocorrência de 1032 acidentes de trabalho, sendo que em 85 deles (8,24%) ocorreu afastamento dos trabalhadores de suas funções. Os acidentes foram analisados segundo as seguintes variáveis, que poderiam estar relacionadas com a ocorrência dos episódios: idade, estado civil, número de dependentes, nível de instrução, função, tipo de turno de trabalho, horas de trabalho e tempo no emprego. O trabalho em turnos era organizado em 4 sistemas de turnos semi contínuos: 3 turnos fixos, 1 turno vespertino-noturno fixo, 2 turnos de rodízios mensais e 3 turnos de rodízios quinzenais. A fim de comparar diferentes sistemas de turnos com distintos números de dias e horas de trabalho semanais, e dada a elevada rotatividade desta população (entre 53% e 66,5% dos trabalhadores estavam no emprego há menos de 2 anos), considerou-se no cálculo dos coeficientes de frequência, gravidade e duração dos episódios o número de homens-horas trabalhadas e o de dias úteis, em vez da contagem em dias-calendário. Não houve diferenças quanto à frequência, gravidade e duração dos acidentes nos períodos de trabalho em 3 sistemas de turnos. Somente no esquema de 3 turnos fixos, a frequência de acidentes do trabalho foi maior à tarde do que à noite. O sistema de 3 turnos teve coeficientes de frequência, gravidade e duração dos acidentes semelhantes aos dos turnos de rodízios quinzenais. A única diferença foi observada entre os turnos de rodízio mensais e quinzenais. Os primeiros apresentaram maior frequência de episódios. As análises das características dos trabalhadores envolvidos em episódios de faltas e acidentes do trabalho evidenciaram que o tempo de empresa é uma importante variável e se relaciona de forma inversamente proporcional à frequência dos