acidente
Polícia indicia cinco pessoas por morte de funcionários na Ponte Rio-Niterói.
Para delegado que investigou o caso, houve dolo eventual, pois o grupo assumiu os riscos de executar serviço com funcionários sem treinamento adequado.
Leslie Leitão
Ponte Rio-Niterói, ligação entre as duas maiores cidades do estado: Baía de Guanabara transformou-se em ralo para cerca de 10 milhões de habitantes na região metropolitana do Rio.
Após um ano de investigações, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito de um acidente ocorrido na madrugada de 16 de março de 2011, que matou dois funcionários na explosão de uma subestação de energia elétrica que abastece a Ponte Rio-Niterói. No relatório, assinado pelo delegado Matheus Romanelli, cinco funcionários da empresa Álamo Engenharia, que presta serviços para a Ponte S.A., foram indiciados por homicídio doloso. São eles o engenheiro Sérgio Paulo Antunes dos Santos, o supervisor de manutenção elétrica Alcir Leite de Paula, o técnico em segurança do trabalho Paulo Roberto Detolla Zeitoune, o supervisor Adílson Antunes Suzano Júnior, além de Luiz Eduardo Mendonça, responsável do contrato da Álamo com a Ponte S.A.
No relatório de 38 páginas, o delegado da 17ª DP (São Cristóvão), que ficou encarregado da investigação, aponta diversas falhas e justifica o entendimento de os indiciados serem autuados no duplo homicídio doloso. No acidente morreram Darlan Aguiar da Silva e Vilton Pereira de Freitas, ambos de 53 anos. Um terceiro eletricista, Luiz Antônio da Conceição Silveira, sofreu graves queimaduras, mas sobreviveu. “Existe o dolo eventual quando o agente não quer diretamente a realização do crime, mas a aceita como possível ou até provável, assumindo o risco da produção do resultado, consentindo no mesmo”, descreve o delegado. O texto segue dizendo que os cinco funcionários responsabilizados “tinham conhecimento de que as vítimas não tinham qualificação técnica para trabalhar em local