ACESSOS CIRÚRGICOS DO PÉ
1) Anatomia Topográfica
As incisões no pé devem seguir as Linhas de Langer, pois isso torna a cicatriz mais delicada e funcional. As linhas de Langer são linhas de clivagem que levam em consideração as variações direcionais na tensão e extensibilidade cutânea no organismo. No pé, a utilização dessas linhas é muito importante devido ao atrito com o sapato.
Figura 1: Linhas de Langer
Fonte: SCHMIEDT, 2009
2) Posição para cirurgia no pé
Existem três posições para a realização de cirurgias no pé: supina, prona planígrada. A posição supina ou decúbito dorsal é aquela em que o paciente se encontrada deitado de costas. É muito utilizada em acessos dorsais, ao se posicionar o pé na vertical. Ainda em DD existe a posição de Trendelemburg, que eleva os pés, permitindo que a região plantar seja acessada.
A posição prona ou decúbito ventral é aquela onde o paciente fica deitado com o abdômen para baixo. Essa posição pode ser utilizada para atingir a região plantar e posterior do pé, além do tendão de Aquiles. A posição plantígrada é com o paciente em decúbito ventral, porém com as pernas fora da mesa na vertical, formando ângulo de 90 graus e tocando o solo com os pés. Essa posição é indicada para cirurgias no calcâneo e para colocação de prótese no tornozelo. Essa posição permite uma melhor observação da correção anatômica.
3) Artelhos
O acesso às articulações interfalângicas é feito a partir de uma incisão transversal sobre as articulações e no tendão extensor. Deve-se ampliar essa incisão perpendicularmente e paralelamente às falanges. Durante esse processo é fundamental ter cuidado com os ligamentos articulares laterais interfalângicos e também com o feixe vasculonervoso. Com a incisão, será possível a visibilidade da articulação e a realização da cirurgia. No final do procedimento, ao fechar, o caminho inverso é realizado. É realizada a sutura do tendão extensor e da pele. É aconselhável, após o procedimento, a imobilização com fio de Kirschner