acessibilidade
Cristina Borges de Oliveira
Universidade Federal Fluminense,
Niterói, RJ, Brasil
Muito se tem debatido sobre as possibilidades de a educação superior constituir instância privilegiada de ampliação da esfera da cidadania de grupos socialmente excluídos no Brasil. Em consonância com diretrizes internacionais e como resultado das lutas e enfrentamentos de grupos socialmente organizados, emergiram nas últimas décadas políticas de inclusão de negros, pobres, mulheres, pessoas com limitações oriundas de deficiência,1 entre outros, as quais visam ampliar oportunidades, inaugurar ou consolidar direitos e reduzir a desigualdade social.
Nas políticas e em sua consequente efetivação, é possível perceber a complexidade da questão e avaliar o real compromisso da sociedade brasileira em defesa da inclusão. O acesso à educação em nível superior, balizado pelas chamadas políticas de ações afirmativas – da qual a reserva de vagas se apresenta como uma faceta prática –, é elemento que tenciona discussões, fazendo aparecer dissonâncias, contradições e paradoxos, consensos e dissensos. As posições se polarizam, ora favoráveis, ora contrárias à entrada na universidade, por meio de reserva de vagas, de jovens cuja posição de classe, pertencimento étnico, condição física ou sensorial, entre outros, os tornam diferentes dos usuários a quem as instituições de educação superior no Brasil vêm atendendo.
1 Neste texto, utiliza-se pessoa com limitação oriunda de deficiência ou pessoa/estudante com limitações, buscando uma linguagem que contribua para a redução das imagens preconcebidas e dos seus efeitos pejorativos e que possa sublinhar a ideia de que uma limitação não denota incapacidade ou ineficiência.
Revista Brasileira de Educação
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v. 18 n. 55 out.-dez. 2013
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Cristina Borges de Oliveira
Assunto de grande importância, tendo em vista a