Absor O Da Aspirina No Organismo
1. Um pouco de história
Desde 400 a.C., era de conhecimento que a febre poderia ser baixada ao mastigar um pedaço de casca de Salgueiro. O agente ativo presente na casca desta planta foi identificado em 1827, como sendo um composto aromático, a Salicina, que poderia se transformar facilmente em álcool salicílico, por simples hidrólise. O álcool salicílico, por sua vez, poderia ser oxidado, dando origem ao ácido salicílico.
O ácido salicílico possui alta e efetiva ação sobre redução de febres, com atuação analgésica e anti-inflamatória. Entretanto, descobriu-se que ele possui, também, alta ação corrosiva às paredes estomacais. Sendo assim, o seu uso não é recomendado com freqüência diária.
2. Composição Química
Para solucionar o grande problema da corrosão das paredes estomacais, o grupo -OH ligado ao diretamente ao anel aromático é convertido a éster acetato, dando origem ao ácido acetilsalicílico (AAS). Essa alteração na estrutura produz um composto com ação menos potente, mas também, menos corrosivo para o estômago.
álcool salicílico ácido salicílico ácido acetil-salicílico (Aspirina)
Quando falamos em corrosão da parede estomacal, estamos nos referindo, na verdade, é à “entrada” de íons H+ na parede estomacal
Como a AAS é um ácido fraco, quando em meio fortemente ácido (como dentro do estômago, pH~1), a sua base conjugada, o íon acetilsalicilato, reage com o H+ e forma a molécula neutra. A membrana celular é permeável somente a moléculas neutras, então, a molécula neutra de AAS atravessa a parede celular do estômago. Nessa nova região a concentração de H+, [H+], é menor do que no estômago (meio é mais básico), então o AAS se ioniza, aumentando a [H+] no interior da membrana, provocando assim, sangramentos, ulcerações e irritações gástricas.
O fato é que a absorção terapêutica da Aspirina, ou melhor, do ácido acetil-salicílico, é realizada no intestino, ou seja, só quando o AAS estiver no intestino é que a ação