Abordagens historiográficas sobre a escravidão
Ao interpretar as obras propostas, o que se coloca em evidencia, além das questões relacionadas à forte discriminação étnica que ainda hoje leva a uma profunda desigualdade social e marginalização de uma grande parcela da sociedade, mas principalmente a forma como foi compreendida a escravidão, o cativeiro e o próprio escravo ao longo do tempo, inúmeras ideias que tanto defendiam quanto condenavam a prática dessa escravidão moderna praticada nas colônias dos países europeus em todos os continentes, porém, sem até as décadas finais do século XX considerar dentro dessas teorias, efetivamente, a figura do escravo como agente efetivamente atuante no processo de conquista da liberdade. A religião durante o século XVII, por exemplo, através de padres como Antonio Vieira, entre outros, se utilizou de discursos religiosos, como os “etíopes”, que é a generalização que se fazia aos povos africanos negros, como sendo os descendentes de Cam filho amaldiçoado por Noé, por ter rido de sua nudez e também embriagues, e assim condenado naturalmente a escravidão, porém na Europa, como mostra o documentário Racismo uma História, essa ideia já tinha sido difundida com relação a outro povo os Eslavos, palavra vai originar o termo escravo em diferentes idiomas, como esclavo em espanhol, e slave em inglês, percebe-se então que há uma readaptação de tais ideias para justificar a escravidão dos diversos povos africanos. Porém no panorama da sociedade mundial do já mencionado século XVII, dentre os movimentos abolicionistas um dos primeiros foram às sociedades dos religiosos Quakers, passaram a enxergar que a escravidão era o pecado, e não mais ao contrário como se convencionou anteriormente a entender, e a partir do ponto de vista da religião e entendendo a escravidão como o pior dos pecados se fundou as primeiras sociedades abolicionistas na Inglaterra e nos EUA,