7 A Mulher Bizantina
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espiritual. Assim, a mãe de Santa Teófanes - Ana - recebeu auxílio milagroso, durante o part~indo do cinto que o marido lhe trouxe de uma igreja consagrada à Virgem.
Uma mulher teve dores de parto durante vinte dias e conseguiu, finalmente, dar à luz depois que São Lucas Estilita lhe ofereceu um pouco de pão consagrado e de 4gua benta. A Vida de Santo Inácio narra a história de uma mulher que não conseguia parir, porque o feto não estava em posição correcta. Os cirurgiões estavam prontos a praticar a embriotomia - isto é, o corte e a extracção do feto - para a salvar. No entanto, a vida da pequena criatura foi poupada: uma fímbria do manto do santo, colocado sobre o ventre da mãe permitiu o decurso normal do parto. Efectivamente, acontecia por vezes que os médicos tivessem de usar esse último recurso que era a embriotomia; uma lista de instrumentos cirúrgicos inclui os necessários ao desmembramento do feto. Não há provas de que os cirurgiões bizantinos praticassem a cesariana. Se, depois, a mortalidade feminina era mais elevada que a masculina, isso devia-se de certo modo aos perigos inerentes à maternidade: abortos, complicações durante o parto, infecções e hemorragias após o período do parto. Todo este processo era considerado impuro e, se a puérpera não estava em perigo de vida, encontrava-se proibida de receber a comunhão durante os quarenta dias que se seguiam ao parto.
Procedia-se, em seguida, à lavagem do recém-nascido e ao seu enfaixamento.
A maioria das mulheres amamentava os filhos ao peito, mas podia servir-se de amas: por exemplo, se a mãe deixava de ter leite ou morria de parto. Está documentado que as mulheres das classes mais elevadas recorriam mais frequentemente às amas por motivos óbvios de conveniência. O nascimento do filho era celebrado com uma festa; parentes, amigos, vizinhos vinham visitar os pais e desejar as melhores felicidades ao recém-nascido.
Se dois ou três filhos de um casal tinham conseguido sobreviver aos arriscados