6300185464
11289 palavras
46 páginas
A grande depressão americanaA teoria positiva do ciclo
O estudo dos ciclos econômicos tem de basear-se numa teoria satisfatória dos ciclos. Ficar olhando pilhas de estatísticas sem nenhum “pré--julgamento” é uma futilidade. Os ciclos acontecem no mundo econômico, e, portanto uma teoria utilizável dos ciclos deve estar integrada à teoria econômica geral. E mesmo assim, o que chama a atenção é que essa integração, ou mesmo a tentativa de integração, seja a exceção e não a regra. A ciência econômica, nas duas últimas décadas, fendeu-se numa multidão de compartimentos impermeáveis – cada esfera praticamente não se relaciona com as outras. Somente nas teorias de Schumpeter e de Mises a teoria dos ciclos foi integrada à ciência econômica geral. 1
A maioria dos especialistas em ciclos, que rejeitam qualquer integração sistemática como se fosse uma dedução impossível ou uma simplificação excessiva, rejeita (querendo ou não) por essa razão mesma a própria ciência econômica. Afinal, se é possível criar uma teoria do ciclo que tenha pouca ou nenhuma relação com a ciência econômica geral, então a ciência econômica geral deve estar incorreta, já que não consegue explicar esse fenômeno econômico vital. Para os institucionalistas – os puros coletores de dados – essa conclusão é bem vinda, ainda que não seja para outros. Até os institucionalistas, porém, precisam às vezes usar a teoria, na hora de analisar e de recomendar; na verdade, eles acabam usando uma mistura de palpites feitos na hora, intuições etc., colhidos assistematicamente de diversos pomares teóricos. Poucos economistas, ou talvez nenhum, perceberam que a teoria de Mises do ciclo econômico não é só mais uma teoria: que, de fato, ela encaixa perfeitamente numa teoria geral do sistema econômico. 2
1- Diversos neokeynesianos têm teorias cíclicas avançadas. Elas se integram, porém, não com a teoria econômica geral, mas com os sistemas holísticos keynesianos – sistemas que realmente são muito parciais.
2- Por