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5606 palavras
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Ocupação nas Minas setecentistas: registros da presença judaica em território mineiroJulia Calvo *
Bárbara Luana Silva**
Resumo
Este artigo trata dos resultados da pesquisa realizada em 2009 e 2010, “O marranismo como fenômeno histórico”, pela PUC Minas. Com ênfase na análise da presença judaica nas
Minas setecentistas, a pesquisa fez um cruzamento dos nomes dos prisioneiros da Inquisição que aparecem nos livros de Anita Novisnky e Egon e Frieda Wolff, com os inventários/ testamentos e processos inquisitoriais, apontando assim a importância do trabalho documental no campo das possibilidades do trabalho do historiador.
Palavras-chave: Ocupação do território mineiro; Século XVIII; Presença judaica; Inquisição;
Ritos mortuários.
D
urante os anos de 2009 e 2010, sob fomento do FIP/PUC Minas, desenvolvemos uma pesquisa sobre a presença judaica nas Minas setecentistas, intitulada “O marranismocomo fenômeno histórico”. Pretendíamos inicialmente comprovar a presença judaica com os judeus conversos (marranos), principalmente no município de Sabará-MG, no século XVIII e cujos resultados apresentamos aqui.
A escolha do município de Sabará-MG se deve a alguns fatores fundamentais para compreensão da própria ocupação do território mineiro e ao movimento populacional. Sabará, durante o século XVIII, tinha uma importante atividade de extrativismo mineral e apresentava grande densidade populacional, composta por proprietários, comerciantes, trabalhadores livres e escravos.
Sabará, assim, promovia grande circulação de mercadorias e de pessoas, tornando-se um importante centro para a economia mineira nos setecentos. Segundo os registros da cidade, destacados principalmente por Zoroastro Viana Passos, na obra,
Em torno da história do Sabará, de 1940, já havia um aldeamento significativo, com construções, igreja e comércio, na época da concessão de posse às lavras e do título de descobridor da localidade ao Marechal Borba Gato, em 1711.
Segundo os registros, Borba Gato recebeu a