60 anos da decifração da estrutura do DNA
A dupla hélice da estrutura do DNA teve sua primeira definição em Londres, em um laboratório da universidade de Cambridge. Francis Crick e James Watson revelaram os mistérios da molécula que contém as informações necessárias para que qualquer ser vivo nasça e se desenvolva, desde os seres humanos até as bactérias. A dupla hélice é onde se conservam os genes, em uma sequencia que contêm as instruções para sintetizar moléculas maiores, que constroem células com funções específicas.
Graças à descoberta de Crick e Watson, em dez anos foi possível entender o funcionamento do código genético e, a partir daí, teve início uma era de avanços sem precedentes na biologia.
Desde que foram apontadas as leis da herança genética em 1865, começou uma corrida de quase um século que chegou a seu ponto culminante quando Crick e Watson compreenderam que o DNA é ordenado em forma de uma dupla hélice.
O aniversário de 60 anos dessa descoberta, publicada em 25 de abril num artigo na revista científica "Nature", acontece no ano em que o primeiro tratamento cujo objetivo é alterar o DNA do paciente chega ao mercado dos países desenvolvidos.
Trata-se do Glybera, que usa um gene humano, carregado por um vírus, para corrigir uma rara doença metabólica, a LPLD. A doença impede que o organismo absorva corretamente certos tipos de gordura, o que causa problemas no pâncreas.
O Glybera é um medicamento que contém a substância ativa alipogene tiparvovec. Está disponível sob a forma de solução injetável. O Glybera é um tipo de medicamento de terapia avançada chamado “medicamento de terapia genética”. Trata-se de um tipo de medicamento com um mecanismo de ação que altera a carga genética do indivíduo e cura completamente a doença. No mercado europeu, onde foi aprovado, o tratamento deverá custar cerca de R$ 3 milhões por paciente.
"É uma coisa que só dá para fazer na Europa por enquanto, porque o sistema de saúde de lá absorve esse custo", explica