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Disponível em: <http://www.fronteirasdaeducacao.org/index.php/fronteiras/issue/view/2>.
O Lugar do Corpo na Escola: uma Leitura a Partir de Bourdieu e Foucault
Fabio Zoboli1
Adolfo Ramos Lamar2
Resumo
Percebe-se, cada vez mais, a presença das relações de poder na sociedade, nos seus mais variados segmentos. Compreender essas relações de poder faz-se necessário, pois sem tal compreensão, dificilmente se poderá alterar efetivamente esses jogos de poder dentro da sociedade. A identificação e compreensão do processo pelo qual se dá a tomada do poder sobre os corpos no ambiente escolar constitui uma preocupação importante na educação. Com essa perspectiva este trabalho, que é fruto de uma pesquisa de mestrado em Educação da
FURB, apresenta a escola e sua função social dando maior foco às relações de poder que ali se perpassam. Contextualiza-se o corpo na sua relação com a escola colocando-o numa perspectiva crítica frente aos seus usos e significados na atual conjuntura da sociedade e frente aos valores da ideologia de mercado. Ancorados nesta perspectiva, faz-se uma relação entre o poder dominante e o disciplinamento do corpo através da escola, para que o mesmo através de tal prática se submeta ao que o sistema dominante dele espera. Foram utilizados como fundamentação teórica para este estudo os conceitos de “relações de poder” e
“tecnologia política do corpo” de Michel Foucault; e os conceitos de habitus e “reprodução social” de Pierre Bourdieu.
PALAVRAS-CHAVE: Corpo. Escola. Poder. Reprodução Social.
Relações de poder e escola
Para Ahlert (1999), a educação é a forma que os diferentes povos encontram para significar o seu mundo, entendê-lo e adaptar-se a ele ou então transformá-lo. Através de um processo de interação entre educadores e educandos reproduz-se o modo de ser e a concepção de mundo que esses povos foram construindo ao longo da história. Nesse processo ocorre a