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3738 palavras
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1. Introdução Por que um novo produto surge especificamente num determinado país/região, e que fatores contribuem para que, alcançando o mesmo certo grau de desenvolvimento, a empresa que o produz tenda paulatinamente a localizar sua produção em outros países que não o de origem? Este é o tema abordado pela teoria do ciclo do produto, conforme originalmente apresentada por Raymond Vernon em um ensaio seminal intitulado “International investiment and international trade in the product cycle”, publicado no Quartely Journal of Economics, em maio de 1966. Com o propósito específico de analisar os determinantes dos padrões de comércio e dos investimentos produtivos norte-americanos no exterior no período compreendido entre o final da 2a. Guerra mundial e meados dos anos 60, a teoria do ciclo do produto acabaria por tornar-se uma referencia na discussão do comercio e progresso técnico, sendo inclusive considerada uma das três contribuições que tentam explicar as diferenças internacionais no ritmo e na direção tecnológica (Dosi et ali, 1990: 76-77).
Particularmente cauteloso ao avaliar a contribuição do seu ensaio, Vernon qualificou o modelo do ciclo do produto como sendo não mais que “ma linha promissora de generalizações e sínteses que, a meu ver, parece ter sido um pouco negligenciada pela corrente principal de Teoria do Comércio” (Vernon, 1966:89-90). Tal preocupação constitui o ponto de partida e será o fio condutor da tese do ciclo do produto. Com efeito, já no primeiro parágrafo daquele ensaio nos deparamos com a seguinte observação: “qualquer pessoa que tenha procurado entender as variações no comércio e investimento internacionais nos últimos vinte anos, de tempos em tempos, tem se sentido irritado por uma sensação aguda de inadequação dos instrumentos analíticos disponíveis” (Vernon, 1966:89). Esta percepção quanto ao caráter limitado da “corrente principal da teoria do comércio” se baseava a constatação de que tal teoria se fixava nos