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Recentemente o tema “crise financeira” tem rendido bons frutos no mundo do audiovisual, principalmente os norte-americanos (os mais afetados pela crise de 2008). O longa indicado ao Oscar “Margin Call” e o filme feito pra TV “Too Big to Fail”, são exemplos que souberam muito bem explorar o mundo do business e suas adjacências. Mas em A Negociação, dirigido e escrito por Nicholas Jarecki, a crise é pano de fundo para uma, já conhecida, lição de moral.Richard Gere, ponto central do filme, dá voz ao personagem Robert Miller, um empresário de Nova York dono da Capital Miller. Brooke (Brit Marling), filha de Robert, é sua diretora executiva de finanças e seu irmão, Peter (Austin Lysy), um dos sócios da empresa com pouca responsabilidade. Miller é bem sucedido – aparentemente – e no início da projeção responde às perguntas duma repórter que busca respostas de como se sair bem de uma crise (logo que ele é capa da revista “Forbes”).
Miller tem uma esposa, Ellen (Susan Sarandon), de fachada – parecida com a mulher do prefeito de Chicago na série de TV “Boss” – para manter as aparências no mundo dos ricos. Clichês aqui vemos muitos, mas estão bem esquematizados em seus personagens bidimensionais. O personagem de Gere tem que lidar com muitos problemas o tempo todo. Uma amante atraente (expõe arte em galerias e de nacionalidade francesa), falcatruas dentro da empresa, a problemática venda da mesma e sua frágil relação conjugal, são alguns exemplos. É evidente que se um desses peões for mexido incorretamente, todo o tabuleiro poderá mudar completamente ao desfavor de Miller.
O longa tem uma boa direção de arte e ambientação. O figurino de Miller, sempre escuro e apático, dificilmente encontra o sol. E quando isso acontece, é quando os sentimentos mais profundos são mostrados ou escancaradamente – quando Miller tem uma forte discussão com sua filha – ou contidamente – quando agradece o grande favor que Jimmy (Nate Parker), filho de seu grande amigo, fez a ele.