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Radicalmente contrário aos argumentos favoráveis à legalização da droga, o psiquiatra Valdir Campos, que é especialista em Dependência Química pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), argumenta que a maconha tem mais de 400 substâncias nocivas à saúde.
— Se pega uma substância em si, bruta [da maconha], são drogas de abuso que só vão produzir doenças. Pode trazer problemas de memória e câncer. Pessoas que têm predisposição à esquizofrenia podem desenvolver o transtorno. Ela [usuário] não está fazendo uso medicinal de nada. A população não pode cair nessa lábia para a legalização.
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Além do risco de dependência, Campos ainda cita que a legalização da maconha pode gerar na sociedade os mesmos problemas causados pelas drogas consideradas lícitas — como o álcool e o cigarro.
— Hoje pagamos um preço altíssimo, já que o cigarro matou mais pessoas no século passado do que guerras. Os maiores gastos com saúde pública são consequências do consumo do álcool e do tabaco. Vamos legalizar a maconha para depois ficarmos com a mesma guerra. Tem também o risco dos inúmeros acidentes de trânsito causado por pessoas sob efeito da maconha. Ao invés de criar uma solução, legalizar seria gerar um novo problema. Sou contra porque vai ser uma fábrica de causar doenças.
Por outro lado, entre os defensores da legalização da maconha, está o neurocientista da UnB (Universidade de Brasília) Renato Malcher. Para ele, a proibição do consumo de maconha causa mais males do que a legalização para fins medicinais e recreativos.
— A regulamentação é a coisa mais humana. Ao