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CONTEMPORÂNEAS
Everton Lazzaretti Picolotto1
Resumo
A noção de movimento social não é consensual nas ciências sociais. Por longo período conviveram paradigmas conflitantes. Este artigo parte da noção clássica marxista de movimentos sociais, aborda a emergência do paradigma dos novos movimentos sociais e do neomarxismo e procura tratar mais atentamente as abordagens contemporâneas de Alain Touraine, Manuel
Castells e Alberto Melucci. Ainda se procura analisar as interfaces e divergências de algumas das principais abordagens contemporâneas de movimentos sociais e as suas implicações para a operacionalização no estudo de fenômenos empíricos.
Palavras-chave: movimentos sociais, novos movimentos sociais, ações coletivas.
1. Introdução
A noção de movimento social não é consensual nas ciências sociais. Trabalhos que trataram desta temática apontam a existência de paradigmas divergentes. Alexander (1998) faz alusão a uma polarização de concepções entre o que chama de modelo clássico (europeu) que privilegia as interpretações históricas das revoluções (remetendo às determinações estruturais dos movimentos sociais) e uma interpretação norte-americana, que valoriza a organização e mobilização de recursos por atores sociais. Gohn (2000), também diferencia quatro grandes paradigmas de movimentos sociais, a saber: o marxista, o norte-americano, o dos novos movimentos sociais e o latino-americano.
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Bacharel em Ciências Sociais, Doutorando em Ciências Sociais CPDA/UFRRJ, Mestre em Extensão Rural pela
UFSM. E-mail: picolottoae@yahoo.com.br.
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MOVIMENTOS SOCIAIS: ABORDAGENS CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEAS
Everton Lazzaretti Picolotto
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CSOnline
O objetivo deste trabalho e fazer uma revisão teórica acerca das principais teorias de movimentos sociais, identificando autores-chave contemporâneos das diferentes concepções e apontando as interfaces e as divergências entre