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1 Quando um comité de ética se debruça sobre problemas como a eutanásia, a fertilização in vitro, a clonagem de embriões ou outras matérias complexas, tendo em vista o esclarecimento do que é bom, melhor, mau ou inaceitável, faz ética.1 Quando, num segundo momento, concretiza num caderno de encargos, na legislação, por exemplo, recomendações, códigos ou regulamentos, faz moral.
1 Quando, depois, os investigadores ou os médicos se confrontam pessoalmente e em situação com esses códigos ou regulamentos e se interrogam se, porquê e como os vão respeitar, contornar ou infringir, eles entregam-se ao sempre controverso e perigoso exercício da ética.Relação entre moral e ética
1. Primado da ética sobre a moral: se o que é visado é uma vida boa, isto é, uma vida realizada, a ética tem prioridade como finalidade, sendo a lei moral apenas um meio.
2. Necessidade, para assegurar a intenção ética, de passar pelo crivo da norma: a norma moral, enquanto ponto fixado após reflexão, apresenta-se como um guia de acção, ainda que não absoluto e sempre sujeito a revisão.
3. Legitimidade de um recurso da norma à intenção ética, quando a norma conduz a impasses práticos: é em função da intenção ética que em última análise se faz a aplicação da norma ou até a sua reformulação. Conclusão: a ética (ética anterior ou fundamental) não só antecede a moral, mas, inclusivamente, estende-se para lá da moral (como ética posterior ou aplicada), no momento de aplicação da lei moral (universal e obrigatória) aos casos particulares
(concretos) que exigem deliberação com liberdade e
responsabilidade.