313 991 1 PB
HISTÓRICOS
Rosilene Almeida Santiagoi
Maria Thereza Ávila Dantas Coelhoii
RESUMO
Este estudo tem como objetivo escrever sobre o papel da mulher na organização matrilinear primitiva e sua posição na cultura patriarcal, que precipita, até os dias de hoje, inúmeras violências.
Para tanto, faz uma retomada da posição da mulher e da violência contra ela ao longo da história. Dentre os resultados alcançados, verificamos que a intolerância ao adultério está relacionada à perda da propriedade privada. A intrusão de um outro na relação homem/mulher passa a significar uma ameaça de ruptura desse pacto, uma perda dos bens. Tal situação produz sentimentos de amor, ódio e rivalidade, que acabam por suscitar a prática da violência nos grupos. O aumento da violência contra a mulher suscita questionamentos no sentido de se pensar ações de atenção, prevenção e combate a estas formas de violência que devastam o país, assim como pensar novas políticas públicas consoantes à ética da responsabilidade social, dos direitos e da dignidade humana.
Palavras chave: mulher, violência, crime passional, matriarcado, patriarcado. INTRODUÇÃO
A palavra violência, segundo Marcondes Filho (2001), vem tanto do latim violentia, que significa abuso de força, como de violare, cujo sentido é o de transgredir o respeito devido a uma pessoa. Calcides, em Górgias, relacionou a violência à
desmesura e ao desejo, isto é, ao excesso, que não é senão um outro nome para o desejo.
Para Aristóteles, a violência é tudo aquilo que vem do exterior e se opõe ao movimento interior de uma natureza; ela se refere à coação física em que alguém é obrigado a fazer aquilo que não deseja (imposição física externa contra uma interioridade absoluta e uma vontade livre).
Para Minayo (1994), a violência é um complexo e dinâmico fenômeno biopsicossocial e seu espaço de criação e desenvolvimento é a vida em sociedade.
Bezerra Jr. (2005) também compreende a violência como um revelador