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“A Profª Cristina Dadalto segue os rastros do processo de ocupação do território capixaba, refletindo acerca de nossa identidade. Utilizando fontes como textos literários e documentos oficiais, a autora recupera memórias, flashes e sentimentos que evidenciam nossa diversidade social e identitária, considerando, em todos os momentos de sua narrativa, a importância do sensível.”
Lohaine Barbosa
Os rastros da diversidade da identidade capixaba
Maria Cristina Dadalto
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Introdução
O que define a identidade capixaba? Vilaça (2003, p. 31) sopesa: “Tem o Espírito
Santo o encanto de ter a diversidade como identidade.” Mas por que a diversidade? A resposta está no processo de formação e colonização sociocultural tardia do estado, marcadamente constituído, em proporção quantitativa vária, por representantes de etnias européias – portugueses, italianos, prussianos, suíços, alemães, pomeranos, hanoverianos, poloneses, pomeranos, hanoverianos –, por árabes, turcos, libaneses, e por brasileiros vindos de Minas Gerais, do Nordeste, do Rio de Janeiro, entre outros estados, além de negros africanos e dos índios que aqui habitavam. A maioria absoluta desses imigrantes estrangeiros e migrantes começa a chegar ao Espírito Santo a partir do século XIX.
Entre os anos de 1847 a 1888 a maior parte dos imigrantes foi localizada nas regiões do Centro e do Sul do Estado, ficando o Norte ainda praticamente intocado – somente a partir de 1880 é que tem início o movimento de colonização.
Para a região do vale do rio Doce se deslocam, sobretudo, os descendentes de europeus localizados nas colônias ao Sul e do Centro, juntamente com os
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Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Professora do
Centro Universitário Vila Velha.
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DADALTO. Maria C. Os