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VOTAR
VOTAR - No ANEXO o texto completo da escritora Raquel de Queiroz, publicado na Revista “O Cruzeiro”,em 1947.
Ele continua atualíssimo. MUDANÇAS? Parece que só na grafia de algumas palavras já que o conteúdo, expressando a realidade de 1947 expressa, também, a de 2013. “Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia.
Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.
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E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto.
Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar este ou aquele candidato, não se preocupe.
Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.
Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem medo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha.
Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem medo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE.
Falte com a palavra dada à forca, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno".

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