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1008 palavras 5 páginas
HALL, S. et al. 1999. A produção social das notícias: o mugging nos media. In: TRAQUINA, Nelson (org.). Jornalismo: questões, teorias e “estórias”. 2. ed. Lisboa: Vega, p. 224-248.

As notícias não são criação autônoma das mídias, mas dependem de assuntos específicos fornecidos por fontes institucionais regulares e credíveis. As mais diversas instituições e/ou entidades produzem acontecimentos que são assimilados pela imprensa. Em função das pressões internas da produção jornalística - há cobrança em relação à quantidade e tem também prazo limitado para a entrega do “produto” final -, estes acontecimentos “pré-agendados” facilitam o trabalho das organizações jornalísticas e, em especial, dos jornalistas. Por outro lado, cria-se um processo de dependência dos jornalistas nas fontes de informação desejosas e capazes de pré-agendar as suas atividades (Murdock apud Hall et al., 1999).
Ainda dentro desse processo, outro fator significativo tem a ver com o fato de as notícias das mídias estarem orientadas pelas noções de “imparcialidade”, “equilíbrio” e “objetividade”. Em decorrência, é feita uma distinção entre “fato” e “opinião”. E, a partir disso, cria-se uma prática de assegurar que todas as informações das mídias sejam fundamentadas em afirmações “objetivas” e “autorizadas” de fontes “dignas de crédito”. Por isso, os jornalistas recorrem constantemente a representantes “dignos de crédito” de instituições sociais importantes - membros de parlamento para assuntos políticos importantes, patrões e dirigentes sindicais para questões industriais, etc.
Estes dois aspectos de produção jornalística - as pressões práticas de trabalho constantes contra o relógio e as exigências profissionais de imparcialidade e objetividade - combinam-se para produzir um exagerado acesso sistematicamente estruturado aos media por parte dos que detêm posições institucionalizadas privilegiadas. Deste modo, os media tendem, fiel e imparcialmente, a reproduzir simbolicamente a estrutura de

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