2 A arte de fazer perguntas 040315 Alunos
Leila Navarro
Atualmente, uma das coisas que mais me dá prazer é pensar. Mais do que falar.... E isto é quase um milagre, pois num mundo tão estimulante, tão excitante e exagerado, onde tudo nos chama para a reação, para fora do ser, a introspecção não é vista com bons olhos, até porque ela não está na moda nem na mídia. Para o marketing, a introspecção não interessa. O que interessa são as respostas reativas, emocionais e rápidas.
Para pensar é necessário — e imprescindível— que você tenha tempo. Tempo para pensar, para digerir, para refletir. Exatamente o contrário do que nos pede estes tempos em que vivemos. Estamos empanturrados de tanta informação, e não sabemos o que fazer com ela, exatamente quando temos que tomar decisões. Dá, assim, para imaginar o nível de qualidade de nossas decisões. Com essa enorme carga de decisões a tomar, de coisas a fazer, falar, de assuntos que ficam arquivados, pendentes, aguardando alguma utilidade, alguma solução, explicação ou simplesmente um apagar, com tudo isto criamos o que chamo de indigestão mental. Você já parou para pensar na quantidade de tempo gasto em coisas que nunca nos ajudam, só atrapalham, nos mantendo sempre "ocupados", diante de alguma tarefa impossível? Que estresse!!
Pensar é o que nos diferencia no mundo. É uma forma de identidade, um jeito de "ver", criticamente, como nos conectamos, como nos percebemos no mundo. Se não penso, fico repetindo coisas, fazendo-as de maneira induzida, sem consciência e consistência. Na realidade, quando deixamos de pensar, deixamos de viver, de uma forma que não faz mais sentido viver.
Mas pensar esbarra em uma coisa muito mais importante: o tempo. Faz algum tempo, li na revista "Veja" que Oded Grajew tinha deixado de ser executivo e estava se dedicando só à Abrinq. Ele estava morando em um apartamento no qual continha o estritamente necessário para a sua sobrevivência, e agora ele estava muito bem, porque tinha tempo, e estava curtindo