1ª Série - Segunda aula - 2º BIMESTRE
“A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade”. “O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura.”
(Trechos. Cultura: um conceito antropológico – Roque de Barros Laraia)
Visão etnocêntrica da cultura:
No século XIX, em alguns estudos, predominava a ideia de que a cultura desenvolvia-se de maneira uniforme, de tal forma que era de esperar que cada sociedade percorresse as etapas que já tinham sido percorridas pelas “sociedades mais avançadas”. Dessa maneira era fácil estabelecer uma escala evolutiva que não deixava de ser um processo discriminatório, através do qual as diferentes sociedades humanas eram classificadas hierarquicamente, com nítida vantagem para as culturas europeias. O perigo desses tipos de explicações é que frequentemente associam-se com tipos de discriminações raciais e sociais, numa tentativa de justificar as diferenças sociais.
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais.
O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. Tais crenças contêm o germe do racismo, da intolerância, e, frequentemente são utilizadas para justificar a violência praticada contra os outros. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros